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Falar sobre intolerância religiosa em nosso país parece um assunto sem grande importância, pois somos levados erroneamente a acreditar que a violência religiosa afeta somente os países de tradição islâmica. Alguns dados, nos mostram que precisamos nos preocupar com esse tema: dados do IBGE apontam que a cada 15 horas é registrada uma denúncia de intolerância religiosa. Além disso, 39% das denúncias são de agressões contra as religiões de matriz africana, a Umbanda e o Candomblé.

Ao longo da história, essas religiões foram perseguidas e proibidas por serem acusadas de fazer coisas erradas. É importante destacar, que, o racismo contra os negros, também está relacionado com a violência contra a religião de origem africana. A violência se expressa por meio de agressões verbais contra os praticantes das referidas crenças, através da destruição dos espaços de culto e liturgia (templos) e pelo uso de força física.  A intolerância desrespeita a crença das outras pessoas, nega a possibilidade de acreditar em divindades diferentes.

Outras tradições religiosas também sofrem com a intolerância, mas em menor escala.  Diante disso, por que não se pode permitir que as pessoas cometam atos de violência contra a religião do outro? De acordo com o Artigo 5º da Constituição Brasileira, todos tem direito ao “livre exercício de cultos religiosos e tendo garantida a proteção aos seus locais de culto e às suas liturgias”. As penas previstas no Código Penal para crimes de intolerância religiosa são multa ou detenção, de um mês a um ano. Se ocorre algum ato de violência, a pena aumenta em um terço. No entanto, a intolerância continua ocorrendo no país.

Outro questionamento que fazemos é sobre qual o papel da escola para enfrentar a intolerância religiosa? Em primeiro lugar a escola deve ser o lugar de estudar a diversidade religiosa do nosso país e do mundo. Quando conhecemos melhor as outras religiões, sem preconceitos e estereótipos, teremos mais respeito e uma melhor convivência. Em segundo lugar, a escola deve defender a liberdade de crença e de expressão, para os estudantes, possam dialogar abertamente e pacificamente sobre suas preferências religiosas. Concluímos que as religiões unidas pelo respeito promoverão paz.

Sarah Paludo Burille – estudante do sexto ano do Colégio Cristo Rei
Junior Bufon Centenaro – professor de Ensino Religioso

*Texto produzido a partir dos estudos da Campanha da Fraternidade 2018, Fraternidade e superação da violência.