A doação de medula tornou-se vítima do próprio sucesso, uma vez que a praticidade e ampla utilidade do processo fez com que a procura disparasse, sobrecarregando o sistema, que conta com a falta de estrutura e principalmente de doadores.

Para efetuar a doação de órgãos, é necessário o seguimento de algumas regras dentre elas ter mais de 18 anos, atender as condições adequadas de saúde e possuir uma confirmação médica para saber se está apto a realizar tal procedimento, por exemplo. Isso se aplica à doação de órgãos vivos, uma parte mais limitada, já que não é possível retirá-los de um humano vivo, apenas alguns órgãos redundantes, tais como pulmão e rim, por exemplo.

 No Brasil, após o atestado de morte, é preciso o veredito da família para realizar qualquer tipo de cirurgia envolvendo o falecido, já que não há nenhuma lei que garanta a vontade do doador. Mas aí é que está o grande problema, e o melhor maneira de garantir a eficiência no sistema é proporcionando o diálogo entre o doador e seus familiares.

A doação de órgãos pode ser realizada gratuitamente através do Sistema Único de Saúde -o SUS- uma ferramenta do governo brasileiro que paga operações médicas para qualquer pessoa em território nacional.

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Outrossim, a equipe médica é devidamente treinada para lidar com a situação da melhor maneira possível, preparada para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir, principalmente com a integridade do corpo do falecido e o respeito para com o mesmo.

Hoje, mesmo havendo uma grande demanda e amplas campanhas e a realização ser feita gratuitamente pelo SUS, a doação de órgãos ainda não é em tamanho suficiente. Segundo o Governo Federal a negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. “Atualmente, aproximadamente metade das famílias entrevistadas não concorda que sejam retirados os órgãos e tecidos do ente falecido para doação, e em muitos desses casos a pessoa poderia ter sido um doador.” Nesse contexto, a ineficiência no processo já se deu por ausência de infraestrutura e investimento, porém hoje, esse é um problema menor, e, havendo doador, qualquer um pode receber um órgão seguro e gratuitamente, graças ao SUS.

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Contudo, a doação de medula óssea, temática em discussão aqui, é importante para o tratamento de pacientes com doenças que comprometem a produção normal de células sanguíneas, como as leucemias, por exemplo. Para tornar-se um doador de medula óssea o processo é longo e complexo, porém amplamente divulgado e incentivado, no caso do Rio Grande do Sul, uma vez que no nosso estado, as informações facilmente obtidas no site da secretaria de saúde. Nesse sentido, devido a sua grande importância e consequente demanda, as exigências para tornar-se doador de medula óssea são rigorosos. Dentre os requisitos básicos estão ter entre 18 e 35 anos de idade; apresentar documento oficial de identidade com foto; estar em bom estado geral de saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso, sendo as impeditivas ISTs, Hepatite, Doenças Autoimunes, Diabetes (mais agressiva) e Epilepsia.

O voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), um documento comumente exigido para voluntários em experimentos, que garante que o indivíduo, em plena sanidade, tem consciência do procedimento ao qual o mesmo irá se sujeitar, em seguida, preenchendo uma ficha com informações pessoais. Então, posterior a isso, será retirada uma pequena quantidade de sangue do doador, para assim identificar suas características genéticas. E por fim, apresenta-se o documento de identidade.

O processo de doação ocorre em duas formas, a primeira consiste na extração direta da medula a partir de punções (perfurações) no osso da bacia, o processo exige uma internação de 24 horas e é realizado em um centro cirúrgico, o paciente geralmente está plenamente recuperado na semana seguinte ao processo. A segunda forma é chamada de Coleta por Aférese, na qual o doador recebe uma medicação por cinco dias, levando a concentração de células tronco – o que procuramos na medula óssea – na corrente sanguínea, em seguida o sangue do paciente é coletado, sem a necessidade de internação ou anestesia.   

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O funcionário do hemocentro de Passo Fundo, Alex Sandro dos Santos, reforça:

“Primeiramente a pessoa fará um pequeno cadastro no setor de captação, irá passar por uma minuciosa entrevista. Sendo aprovado na entrevista, será retirado uma amostra de sangue para análise, ocorrendo tudo bem na análise do sangue, o cadastro será encaminhado para o REDOME, sistema regente do banco de dados dos doadores de medula. Uma vez aprovado em todas as etapas e estando no banco de dados, a pessoa está apta a ser um possível futuro doador. Entretanto, vale salientar que todo esse processo pode levar até 6 meses para que a pessoa entre para o banco de dados. Também vale salientar, que uma vez no banco de dados do REDOME a pessoa pode ser selecionada para ser um possível doador tanto para candidatos brasileiros como para candidatos estrangeiros, pois esse é um banco de dados mundial. Se o doador for compatível com algum candidato, ele será chamado ao hemocentro local para uma nova amostra de sangue e receberá novas instruções”.